Le tango funèbre (tradução)

Original


Jacques Brel

Compositor: Gérard Jouannest

Ah já estou a vê-los
A cobrirem-me de beijos
E a disputarem as minhas mãos
E a perguntarem muito baixinho
Será que já morreu?
Será que já não morre?
Será que ainda está quente?
Será que já está frio?
E depois abrem-me os armários
E acariciam as faianças
Revistam as gavetas
E ávidos procuram
As minhas cartas de amor
Atadinhas aos pares
Que irão depois ler à lareira
Rindo às gargalhadas
Ah ah ah ah ah ah ah
Já estou a vê-los
Formais e friorentos
Armados em artistas
Seguindo o meu sobretudo de madeira
Eles espevitam o coração
Para serem os mais tristes
Eles espetam os cotovelos
Para serem os primeiros
Trouxeram umas velhotas
Que não me conheciam
Trouxeram uns garotos
Que nunca me conheceram
Eles pensam no preço das flores
E acham indecente
Não se morrer na primavera
Quando toda a gente gosta de lilases
Ah ah ah ah ah ah ah
Já estou a vê-los
Os meus queridos falsos amigos
Sorridentes sob o peso
Do dever cumprido
Ah já estou a ver-te
Tão triste e tão aliviada
Escondendo debaixo do véu
Essas lágrimas de crocodilo
Tu nem sequer percebeste
Que ao sair do meu cemitério
Vais entrar no teu inferno
Quando já levas pelo braço
O braço do teu novo amparo
Do teu novo aconchego
Que te fará chorar
Muito mais do que eu
Ah ah ah ah ah ah ah
Já me estou ver
Arrumado para sempre
Muito triste muito frio
No meu jardim das tabuletas
Ah já me estou a ver
A chegar a ver ao fim
Dessa tal viagem
Que não tem regresso
Estou a ver tudo isto
E ainda há quem tenha a coragem
De me mandar
Beber somente água
De não me atirar às raparigas
De fazer o meu pé-de-meia
De comer só filé de cavala
E de gritar viva o rei
Ah ah ah ah ah ah ah

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